UX na boleia do caminhão: Design para logística
ESTUDO DE CASO
Durante minha segunda passagem pela TOTVS, na sede de Joinville/SC, atuei na área de logística como Product Designer. Nesse período, participei de diferentes frentes das soluções B2B da empresa e, mais tarde, assumi a liderança de design na criação de um novo produto digital estratégico.
Esse produto era fundamental para o portfólio de soluções de logística da TOTVS, pois tinha como objetivo gerenciar e monitorar coletas e entregas de mercadorias. Ele era composto por:
Plataforma web, para gestores acompanharem viagens, operações e ocorrências.
Aplicativo móvel, para motoristas registrarem entregas, coletas e manterem comunicação direta com a base.
Todo o projeto foi desenvolvido em cocriação com um cliente estratégico, uma das maiores empresas de logística do país, garantindo relevância prática e aderência ao mercado.
Início do Projeto
Entrei no time logo após a fase de definição de orçamento. A partir daí, junto com o PO, participei das reuniões de levantamento dos casos de uso, que serviram de guia para todo o desenvolvimento. O desafio era claro: o novo produto deveria se integrar aos sistemas já existentes e fechar o ciclo completo das operações logísticas.
No Miro, organizamos as primeiras informações:
Objetivo do projeto e justificativa.
Objetivos SMART.
Expectativas, motivações, riscos e ameaças.
Mapa de stakeholders e perfis extremos.
Finalizamos essa etapa com a Matriz CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas), essencial para orientar as hipóteses que validaríamos ao longo do processo.
Pesquisa com Usuários
Com o conteúdo inicial estruturado, elaboramos roteiros de entrevistas para dois perfis principais: gestores de logística e motoristas.
Entrevistamos usuários de diferentes empresas parceiras para captar tanto boas práticas quanto pontos críticos do dia a dia.
Registramos e agrupamos os insights, validando hipóteses e respondendo pontos levantados na Matriz CSD.
Essa fase nos deu uma visão abrangente do mercado e clareza sobre as dores reais dos usuários.
Shadowing
Em seguida, realizamos uma etapa de imersão em campo no cliente:
Dia 1: acompanhamento no galpão, observando gestores monitorando viagens, resolvendo problemas e dando suporte aos motoristas.
Dia 2: vivência com motoristas em rota, participando de entregas e coletas.
Essa experiência foi fundamental para compreender as ocorrências não mapeadas e fortalecer a empatia com o usuário final. O contato direto nos mostrou a responsabilidade de criar uma solução para profissionais que lidam diariamente com desafios complexos e imprevisíveis.
Workshops de Cocriação
De volta ao escritório, conduzimos três dias de workshops com grupos de usuários.
Cada workshop foi estruturado em torno de desafios de design levantados na pesquisa.
Separados por perfis, os participantes pensaram em soluções possíveis, que depois foram discutidas e priorizadas.
Essa dinâmica nos forneceu materiais valiosos para iniciar a etapa de ideação e prototipagem.
Protótipos e Validações
Com base nos insights coletados:
Desenvolvi protótipos de baixa fidelidade para mapear fluxos e validar conceitos.
Realizamos testes remotos gravados com usuários, que trouxeram feedbacks fundamentais.
A partir dos ajustes, evoluímos para os protótipos de alta fidelidade, novamente validados em nova rodada de testes.
Ao final, consolidamos os assets de design e entregamos para o time de desenvolvimento, já estruturados para facilitar a implementação.
Conclusão
Esse projeto reforçou a importância de um processo de design colaborativo, iterativo e centrado no usuário. A cada etapa — desde a imersão até as validações — conseguimos alinhar as necessidades do negócio com as dores reais do mercado.
Por questões contratuais, não posso compartilhar todos os detalhes e imagens do projeto, mas este estudo de caso resume o caminho percorrido e as lições aprendidas.
Estou aberto para conversar sobre este e outros projetos nos quais atuei ao longo da minha trajetória profissional.